A mulher virtuosa...será?

 




E se eu não sou a mulher??


      

        Desde o nosso nascimento somos criadas para ser uma boa dona de casa, uma ótima educadora de filhos, ser sábia, fiel e obediente ao marido. Com essa linha de pensamento, temos em nós uma referência: a mulher do Provérbios 31. 

        Ao participar de um culto, encontro, seminário ou retiro, as mulheres são orientadas a olhar para a mulher do rei Lemuel. A referência da mulher perfeita, a mulher virtuosa, aquela no qual Deus e o marido se agradam.

        Não sei você leitora, mas eu; fui frustrada por anos por não ser uma mulher virtuosa do provérbios 31. Já não bastasse essa decepção, ainda não era habilidosa na cozinha e muito menos caprichosa (conforme as antigas) nas roupas brancas e no encerar dos assoalhos e lustrar das panelas. Era decepcionante. Eu ficava pensando...eu devia ter nascido homem, ao menos serviria para alguma coisa.

        Eu pensava dessa forma pois sempre gostei de fazer o trabalho da logística - ir comprar pão, ir a igreja e voltar, ir na farmácia, no mercado. Também gostava de ajudar meu pai para cortar a grama, mexer na horta, pescar siri e arrumar a bicicleta. 

        Quando comecei a namorar meu esposo Jan, isso há 27 anos atrás, eu não pensava em casar. Eu tinha  medo pois sabia que não seria uma boa esposa. Eu não era a mulher perfeita, não era a mulher do provérbios 31. Eu não sei nem cozinhar. (Acredite, eu não sabia mesmo e não gostava de cozinhar). A família do meu esposo, as mulheres são caprichosas, boas donas de casa e cozinham muito bem. Então você já imaginou como fiquei ou como me senti ante tudo isso. 

           Como consegui vencer? Leitura!! Muita leitura de boas autoras e escritoras. E claro, essencial mesmo, apesar do meu temperamento dominante ser colérico (aconselho a você fazer o teste do temperamento. Faz bem se conhecer), eu gosto de aprender e ouvir  conselhos, posso não demonstrar que ouvi, mas acredite, fico pensando nisso.  As vezes o silêncio também é um bom conselheiro. 

            Construir e se desconstruir, permitir-se e aceitar que não é igual a todo  mundo é um processo doloroso mas libertador. Talvez você esteja se perguntando: Mas como você conseguiu ser livre? Simples!!!

        A mulher prudente, sábia, a perfeita que trabalhava e delegava funções de dia e atendia seu esposo a noite (sua lâmpada não se apagava - Provérbios 31,18), na verdade, não existiu.... ela era uma referência ou um sonho descrito da mãe do rei, ou seja, quem ela, a mãe do rei gostaria de ter sido. Entenda melhor nesse super artigo do Pr. João de Souza: A utopia da mulher virtuosa

https://www.pastorjoaodesouza.com.br/123/?p=3010

        Mas, e os outros...as outras? Pois então. As pessoas muitas vezes, não ponderam suas palavras. Medem uns aos outros com suas perspectivas ou como foram criados e acham que aquela educação é a verdade absoluta. Eu aprendi que não existe verdade humana absoluta. Entendi que tudo que eu fizer em amor para os meus serei louvada não  pelo serviço em si mas pelo amor dedicado a eles. Acredite e pesquise a linguagem de amor da sua família. No provérbios 31, em nenhum momento vi essa mulher ter com seus filhos ou consigo mesmo. 

        Hoje, cuido do meu lar, delego funções, sou empreendedora, gosto de estudar, leio livros, passeio, viajo, amo ser quem eu sou, minha lâmpada não acende todos os dias (eu, risos e meu esposo sério) - mas sou feliz por existir e ser apenas mulher.


     "Uma mulher de salto é poderosa, mas uma mulher de joelhos é invencível"


                                                    Com carinho

                                                        Gabi Bonvecchio

        






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